terça-feira, 24 de novembro de 2009

Assista ao vídeo "Do luto a luta".

A Síndrome de Down é sem dúvida um problema, mas as soluções são bem mais simples do que se imagina, principalmente quando deixamos de lado os preconceitos e estigmas sociais.

DO LUTO A LUTA – PARTE 1

http://www.youtube.com/watch?v=VIQ46mf5R18&feature=related


DO LUTO A LUTA – PARTE 2

http://www.youtube.com/watch?v=_JGdsnVyo3A&feature=related


DO LUTO A LUTA – PARTE 3

http://www.youtube.com/watch?v=lMXAPDnHz_M&feature=related


DO LUTO A LUTA – PARTE 4

http://www.youtube.com/watch?v=QWSMwcHE07I&feature=related


DO LUTO A LUTA – PARTE 5

http://www.youtube.com/watch?v=63d5vyYwItk&feature=related


DO LUTO A LUTA – PARTE 6

http://www.youtube.com/watch?v=wsHDVLOr0nQ&feature=related


DO LUTO A LUTA – PARTE 7

http://www.youtube.com/watch?v=wEDEMRvPMVY&feature=related


DO LUTO A LUTA – PARTE 8 FINAL

http://www.youtube.com/watch?v=GIU09Z083So&feature=related

Acessibilidade Digital e Pessoas com Deficiências Cognitivas.

Reflexão sobre softwares "especiais".

Teófilo Galvão escreve sobre os motivos pelos quais considera que não exista softwares específicos para pessoas com Síndrome de Down.

Acessibilidade em Softwares para Desenvolvimento Cognitivo.


Não creio que exista ou seja possível criar um software para o desenvolvimento cognitivo específico de pessoas com síndrome de Down ou, especificamente, para qualquer outro tipo de deficiência (excetuando-se, portanto, os softwares de acessibilidade, simuladores de teclado, de mouse, etc., que obviamente são muito úteis). E isso por diversas razões.

Primeiramente, por que falar do desenvolvimento cognitivo de pessoas com síndrome de Down é falar de um horizonte muito amplo, é falar de uma população muito heterogênea, é falar de perspectivas, necessidades e potencialidades muito diferenciadas dentro da mesma população. O desconhecimento desse fato leva ao risco de que se caia em generalizações ou padronizações simplistas e irreais, quando se faz referência ao trabalho com pessoas com uma determinada deficiência. Sendo assim, essa constatação deve levar a diferentes perguntas: deseja-se construir um software para pessoas com síndrome de Down com que idade cronológica, ou com que outro "tipo" de idade, com que potencial de concentração e abstração, com que capacidade de interação e comunicação verbal, com que conhecimentos anteriores, ou com que... etc, etc.???

Em segundo lugar, creio que o fato de uma pessoa ser portadora de síndrome de Down não faz com que essa pessoa possua características de desenvolvimento cognitivo únicas e particulares a sua deficiência. Ela não tem um cérebro e uma forma de pensar diferente das outras pessoas. Sua estrutura mental, sua forma de aprender, são as mesmas de qualquer outra pessoa. Obviamente, que não estou negando aqui as limitações intrínsecas à deficiência. Sabe-se que uma pessoa com síndrome de Down tem limitações, possivelmente em sua capacidade de abstração e certamente na velocidade com que aprende, principalmente se comparada com outras pessoas de sua idade. Mas isso não faz com que essa pessoa possua uma estrutura mental diferente, nem que aprenda a partir de um processo diferenciado em relação a outras pessoas.

Portanto, sendo isso verdadeiro, qual deveria ser a diferença entre um software educacional ("aberto" ou "fechado") utilizado por uma criança sem síndrome de Down, na educação infantil, por exemplo, e um software educacional utilizado por uma pessoa com síndrome de Down que estivesse em seu processo de desenvolvimento cognitivo nessa mesma etapa, com essas mesmas necessidades da criança na educação infantil?...

A meu ver, não haveria nenhuma diferença entre esses softwares. Então, creio que os softwares que devem ser utilizados por pessoas com síndrome de Down são os mesmos softwares utilizados por qualquer outra pessoa, obviamente que avaliando-se (anteriormente e durante o processo, também com qualquer pessoa) as suas características e necessidades específicas (capacidade de concentração, abstração, motivação, conhecimentos anteriores, etc, etc), utilizando para isso os diferentes referenciais teóricos disponíveis (Vygotsky, Piaget, Paulo Freire, etc).

Portanto, penso que um software que vc desenvolva para uma criança com síndrome de Down, vai servir igualmente para outras crianças sem síndrome de Down, que estejam na mesma etapa em seu processo de desenvolvimento cognitivo, ou vice-versa.

Teófilo Galvão

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Trajeto de um aluno portador de deficiência numa classe inclusiva




Perfil do aluno

Idade: 6 anos
Série: 1º ano Ensino Fundamental
Sexo: feminino

Dificuldades específicas:

Dificuldade na fala e linguagem;
Déficit de memória recente e na habilidade de processamento auditivo – a memória auditiva recente é a memória armazenada usada para manter, processar, entender e assimilar a língua falada e o tempo suficiente para responder. Qualquer déficit na memória auditiva recente vai afetar consideravelmente a habilidade do aluno em responder a palavra falada ou aprender a partir de situações que se prendam somente a sua habilidade auditiva.
Capacidade de concentração curta – em alguns momentos o aluno tem dificuldade de se concentrar, se distraindo com facilidade por causa da interação constante com os colegas;
Consolidação e retenção – o aluno leva mais tempo para aprender e consolidar coisas novas.

Deficiências:

Apresenta déficit auditivo e problemas oculares, além de características perceptíveis dos portadores de síndrome de down: olhos amendoados, nariz largo, língua longa com fissura distinta, achatamento do occipital, etc.
Desenvolvimento do aluno no dia-a-dia de uma escola inclusiva:

O desenvolvimento de uma criança com síndrome de Down se difere pouco em relação ao desenvolvimento das demais crianças, desta forma ela deve frequentar uma escola de ensino regular, pois o convívio com outras crianças não portadoras da síndrome irá colaborar para o seu desenvolvimento, sendo desnecessária a busca e criação de softwares específicos para o trabalho de inserção das tecnologias no seu dia-a-dia. Além disso, essa convivência também é positiva para as demais crianças, pois faz com que cresçam respeitando as diferenças, sem nenhum tipo de restrição em seu círculo de amizade, seja por raça, aparência, religião, nacionalidade.
Para tanto é preciso que escola e família trabalhem em conjunto em prol do desenvolvimento pleno desse aluno. É preciso que os pais aceitem a deficiência do aluno e busquem recursos para melhor adaptá-lo à vida social.
Primeiramente, caberá ao setor responsável pela Educação Especial da Secretaria de Educação de cada município reorganizar as Unidades Escolares regulares da sua rede em condições de realizar atendimento educacional aos portadores de necessidades especiais, de modo que a demanda em diferentes localidades possa ser contemplada.
Para tanto a escola deve estar preparada para receber o aluno portador de deficiências em suas dependências fazendo as adequações necessárias para sua maior segurança. Professores e comunidade escolar devem estar dispostos e preparados para atender às dificuldades do aluno, tratando-o com igualdade, sem fazer diferença entre ele e os ditos normais.
Cabe ao professor que receberá o aluno, pesquisar literaturas disponíveis, vídeos de relatos dos pais e de próprios portadores da deficiência sobre a melhor maneira de lidar com o aluno para melhor incluí-lo no grupo.
Antes de receber o aluno com síndrome de Down o professor deve ter uma conversa esclarecedora com os demais alunos da turma para que estes estejam familiarizados com as características peculiares do colega portador da síndrome, assim como de suas necessidades e dificuldades específicas para realização das atividades propostas para o grupo, para que assim, todos o aceitem como igual, respeitando suas necessidades e agindo de forma cooperativa.
A sala de aula deve oferecer um ambiente acolhedor com materiais diversos que despertem a curiosidade e ajudem a prender a atenção do aluno. Livros coloridos, peças para montar, folhas com diferentes texturas e brinquedos pedagógicos para estimular o aprendizado. A disposição das carteiras deve ser variada para que os alunos possam interagir mas sem precisar se levantar a todo instante, o que colabora para uma menor dispersão. O professor deve criar espaços e sugerir atividades que lembrem e reflitam o espaço de vivência familiar para que tanto alunos sem a síndrome quanto o portador da deficiência, estabeleçam relações e contextualizem seu aprendizado. Lembre-se essa é uma turma de alfabetização e sendo assim todo e qualquer recurso representa um objeto de aprendizagem.
Visando a total inclusão do aluno portador de síndrome de Down na escola regular, após uma avaliação diagnóstica acerca das limitações provenientes de sua deficiência, cabe ao professor:
-Dar maior tempo para o processamento da linguagem e para estruturação da resposta;
-Falar frente a frente e com os olhos nos olhos do aluno.
-Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
-Checar o entendimento pedindo que a criança repita as instruções dadas.
-Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
-Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas, símbolos e material concreto.
-Evitar perguntas fechadas e encorajar a criança a falar além de frases monossilábicas.
-Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais.
-Encorajar o aluno a liderar.
-Criar oportunidades onde ele possa falar com outras pessoas, por exemplo, levar mensagens, ser o ajudante do dia, etc.
-Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as habilidades auditivas.
-Trabalhar em conjunto com outros alunos para manter o aluno com síndrome interagindo e participando do grupo;
-Na hora da rodinha, situar o aluno próximo ao professor (sem sentar no colo!).
-Utilizar o computador na realização de atividades lúdicas para manter o interesse da criança por mais tempo, assim como outros aparatos midiáticos de uso freqüente no dia-a-dia;
-Deixar que outra criança o ajude a realizar as tarefas como maneira de encorajar amizade e maximizar a interação e cooperação.
-Criar uma rotina oferecendo tempo adicional e oportunidades para repetições e reforço.
-Certificar-se de que a criança sabe qual será a próxima atividade.
-Preparar a criança com antecedência se souber que haverá alguma mudança e informar os pais.
-Solicitar sempre que possível a ajuda da criança portadora de síndrome de Down na preparação da atividade subsequente dando-lhe uma tarefa específica para verificar seu grau de assimilação e entendimento das ordens dadas.
-Avaliar o aluno diariamente ou semanalmente, fazendo uma sondagem diagnóstica acerca do aprendizado possível que ele possa construir levando em conta suas limitações e elogiando cada progresso.
À aluna cujo perfil foi traçado pelo nosso grupo, ao frequentar a escola regular, encontrará um ambiente acolhedor, com colegas da mesma idade e características individuais específicas que precisam de atenção assim como ela. Participará do desenvolvimento das mesmas atividades propostas para o grupo sem nenhuma privação, pois será amparada e inserida no contexto cotidiano, num ambiente colaborativo e solidário.
Terá a chance de experienciar e vivenciar como os outros, situações problemas, atividades onde possa exercitar sua escrita e fala, assim como desenvolver aspectos cognitivos próprios das crianças de sua idade. Não haverá distinção entre ela e as demais, sendo atribuídas a ela tarefas com propostas semelhantes que promoverão a melhoria de suas habilidades. Fará uso das novas tecnologias em igualdade com os demais sem necessidade de softwares especiais, pois terá condições de utilizar os já existentes para atender as necessidades de crianças da sua idade.
O processo avaliativo se dará no dia-a-dia, sendo observados e registrados seus avanços e dificuldades, para uma recuperação paralela, que fortalecerá os aspectos que apresentem defasagem. O instrumento de avaliação proposto para esta turma será o portfólio, pois nele poderemos anexar e acompanhar todas as atividades realizadas com a turma fazendo comparação do progresso diário não só da aluna com síndrome, mas de todos os colegas de classe. Saiba mais sobre portfólio em: http://www.centrorefeducacional.com.br/portfolio.htm .

Conclusão
A construção desse roteiro proporcionou ao grupo um mergulho no dia-a-dia de crianças com síndrome de Down e o processo de inclusão desse aluno em sua totalidade na rede regular de ensino.
Ao pesquisar e analisar os portadores de síndrome de Down chegamos à conclusão que a toda criança deve ser dado o direito de frequentar e ser inserida no meio social com igualdade de direitos, respeito suas características e necessidades individuais. É fundamental o apóio constante da família proporcionando à criança condições de frequentar também uma escola especial onde receba maior apoio psicológico para que seja maximizado seu progresso com atividades lúdicas e motoras que favoreçam maior autonomia e segurança para frequentar a escola regular. Cabe a escola promover ações inclusivas onde ofereça condições para receber a criança portadora de necessidades especiais com carinho, respeito e, sobretudo solidariedade. O professor deve buscar amparo para melhor capacitação e condições de trabalhar igualmente com o grupo em que esteja inserido o aluno portador da síndrome ou de outra deficiência, podendo realizar seu trabalho com sucesso, representando assim um diferencial no processo de construção do conhecimento dessa criança.